Reinaldo Sampaio Pereira
Em um dos seus textos menos (mas muito) conhecidos, a carta sete, Platão revela seus anseios, na juventude, de entrar para a política, assim que fosse possível, e revela também profundo descontentamento e decepção com o julgamento que Sócrates teve, tendo sido condenado pela cidade e conduzido à morte por envenenamento, bebendo cicuta. Também na carta sete, o filósofo narra sua viagem a Siracusa. Platão para lá foi com o intento de fundar a cidade idealizada em um dos seus mais famosos textos, a República . Sendo um autor que dispensa apresentações, com uma vasta obra que se estende por vários domínios da Filosofia, como a Metafísica, a Ética e a Teoria do Conhecimento, Platão também se notabilizou pelas suas investigações acerca da Política, tendo sido crítico de alguns regimes políticos gregos, como o dos trinta, que quase levou Sócrates à morte, alguns anos antes da sua condenação. Em alguns dos seus diálogos, como ...
JOSÉ HENRIQUE FERNANDEZ Viajar sempre foi um fascínio para a alma humana. Os primeiros aventureiros que se lançaram nas “estradas” do mundo sempre buscaram alargar fronteiras, fossem elas pessoais, de seu grupo local ou de sua nação. Em busca de interesses econômicos, bélicos, científicos, religiosos ou mesmo movidos apenas por curiosidade nata, os primeiros viajantes, com certeza, tinham algo em comum, o espírito aventureiro. É inegável o prazer que se tem pela aventura, pela busca de novas emoções, novos conhecimentos — e autoconhecimento —, novos relacionamentos, desenvolvimento de novas habilidades. E viajar propicia tudo isso. Minha viagem também foi para ampliar fronteiras, as fronteiras do conhecimento. Sou físico e doutor em geofísica espacial e a viagem que vou narrar aqui foi uma viagem à Terra do Gelo Eterno, a Antártica... Uma vez disse John Lennon: “estive em muitos lugares, mas só me encontrei em mim mesmo”. Bem, então eu acho que sempre estive ao sul do paralel...
FLAVIO F. A. ANDRADE Ao construirmos casas e edifícios estamos criando, na verdade, uma mutação constante nas cidades. Especialistas chamam este processo de personificação da arquitetura. Esta mudança decorre de vários fatores, dentre eles o principal certamente é a atmosfera histórica adquirida ao longo dos anos através de contemplações diárias deste conjunto arquitetônico que constitui as cidades. Outro fator determinante é a harmonia entre homem e casa, decorrente dos adornos projetados através da estética decorativa individual. Cada objeto decorativo ou mesmo expositivo de uma construção irá atuar como extensão da estrutura, antes inanimada, e que adquire, por meio destes adornos, uma interação com o morador. No livro Leitura Sem Palavras, capítulo “Comunicação enquanto prática cultural”, Lucrécia D'Aléssio Ferrara explica que “toda prática humana está inserida numa situação mais ampla, na medida em que se instala como elemento interferidor nos sistemas social, econômico e cult...
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