Release


A dieta inteligente
Livro dá dicas de como perder a barriga, sem perder a cabeça

Com o objetivo despertar o interesse do público para um estilo de vida mais saudável e analisar o papel do corpo na sociedade, a revista Griffe lançou em agosto o livro Corpos estéticos – 160 pags, R$ 19,90, Editora Maxprint. A coletânea reúne especialistas da área da saúde e da comunicação.
Numa sociedade onde a beleza física é exigida como passaporte para a felicidade, onde paradoxalmente a mesma sociedade cria meios para dificultar esta conquista, Corpos estéticos propõe uma análise individual sobre como tratamos nossos corpos. Uma das co-autoras, a professora de jornalismo Ieda Cavalcante dos Santos dá a dica no capítulo Diálogo com o corpo: “O que fazer para não cair nas armadilhas dos padrões estéticos? Talvez o primeiro passo seja refletir sobre o próprio corpo. Quem sabe iniciar um diálogo com ele, sem as amarras de doutrinas religiosas e políticas. Uma conversa cara a cara.”
A obra é composta a partir de uma diversidade autoral, disponibilizando desta forma várias abordagens, proporcionando ao leitor múltiplos momentos de reflexão. Intercala estudos comportamentais, análises da mídia e sugestões de novos hábitos: “Com um dito simples, ‘Faça do seu alimento o seu medicamento’, Hipócrates resume em poucas palavras o tamanho do impacto que a nutrição tem em nossas vidas. Será que nos lembramos disso toda vez que entramos em um fast-food para nos ‘alimentar’ de uma refeição rica em gorduras trans, saturadas, quase sem fibras, vitaminas e minerais?” Quem questiona é a nutricionista e autora Roberta Villas Boas Carvalho.
Além de uma análise comportamental em relação aos hábitos alimentares, vários textos abordam a relação da mídia no desenvolvimento de doenças psicológicas. O jornalista Cadu Villa Lobos expõe o problema de forma clara e alarmante: “Quem não tem um corpo bronzeado, malhado, ‘sarado’, lipoaspirado e siliconado é visto como alguém que fracassou e isso explica o aumento nos casos de anorexia, bulimia, distimias e depressões. Um corpo inadequado não apenas marca a maior parte da população como gorda, feia ou disforme, segundo os padrões modelares, mas também gera subjetividades autodestrutivas em sua busca de adequação a qualquer custo. Em alguns casos, o medo da rejeição supera até mesmo o desejo de sobreviver.”
O livro traz também o ensaio A estética do corpo e da imagem com fotografias em preto e branco que captura a harmonia das formas do corpo. Os textos e as imagens deste capítulo falam de superação e de força de vontade para seguir em frente, na busca pelo corpo saudável e belo: “Uma vez alcançado o seu objetivo, a satisfação é tão grande que supera de longe o desejo de quebrar a dieta, atacar a geladeira ou de trocar a caminhada pelo sofá. Quando olhamos o nosso corpo diante do espelho e a imagem finalmente nos agrada há uma mudança de postura, uma confiança que dificilmente arriscaríamos perder depois de tanto sacrifício e suor”, define a autora Wanda Pankevicius Barros.

Serviço
Livro: Corpos estéticos
Organizador: Flavio F. A. Andrade
Formato: 14x21
Editora: Maxprint
Páginas: 160 Preço: R$ 19,90

Mais informações
revista Griffe



“Toda mudança de hábito é um processo lento, requer paciência e principalmente determinação.”
Trecho extraído do texto A ênfase ao peso ideal, de Thomas Bozza no livro Corpos estéticos.


“O momento social atual mostra uma profunda preocupação do ser humano com sua aparência. Esta preocupação leva as pessoas a cometerem loucuras pela plástica perfeita, ou pelo menos o que elas julgam ser perfeita...”
Trecho extraído do texto Aparência e essência: uma temática literária, de Cristina Tischer Ranalli no livro Corpos estéticos.



Pesquisa revela influência da mídia na auto-estima


Resultados comprovam que muitos mitos, discriminações e transtornos comportamentais estão associados à estética corporal

Em uma pesquisa de conclusão de curso de Jornalismo, realizada em dezembro do ano passado, foram ouvidas e estudadas 300 pessoas. O objetivo inicial do estudo era avaliar se a “padronização dos corpos” e a “ditadura da beleza”, impostos pela mídia, estariam afetando a sociedade e em quais setores. O trabalho, produzido pelos jornalistas Cadu Villa Lobos e Suely Ferro, contribui para ampliar e aprofundar a discussão sobre a influência da mídia na formação de novos hábitos, pensamentos e atitudes referentes ao corpo.

De caráter quantitativo, a pesquisa foi aplicada a homens e mulheres, com idade entre 14 a 65 anos, das classes A, B, C, e D. Os resultados foram calculados segundo o gênero. A análise dispunha de um questionário com 36 perguntas sobre estética e comportamento, disponibilizadas de diferentes modos e com localizações estratégicas para se obter respostas mais verdadeiras e contradições a serem entendidas.

O que diz a pesquisa:


· Apenas 3% das mulheres e 12% dos homens dizem não se preocupar com a beleza,
· Cerca de 50% têm ou tiveram algum problema psicológico associado à estética corporal,
· Cerca de 90% acreditam que a busca pela beleza pode causar problemas psicológicos.

A pesquisa concluiu que existem inúmeros problemas físicos, psicológicos e pré-conceituais na sociedade, decorrentes da “ditadura estética”. De acordo com os resultados, apenas 4% das mulheres não se declararam feias. Nos homens, o índice subiu para 17%. Os pesquisadores atribuem a escolha destas respostas à exacerbada importância que o fator “estético” exerce na sociedade brasileira, principalmente sobre as mulheres e também ao conceito machista ainda muito presente.

Em média, 48% das pessoas têm medo de engordar, quase a metade dos entrevistados.


Nas mulheres, o índice é cerca de 80%. Apenas 33% delas estão satisfeitas com seus corpos.


Os itens estéticos mais relevantes na sociedade atual, segundo a pesquisa, são: para as mulheres: barriga seca e definida, seios grandes e bumbum empinado; para os homens: ser forte, pernas grossas e barriga definida.


A pesquisa confirmou conseqüências ainda mais graves: 45% das mulheres e 40% dos homens têm ou tiveram algum problema psicológico, a maioria relacionada à auto-imagem.
O estudo descobriu que muitos preconceitos e discriminações sociais são originados pela “padronização dos corpos”, os mais citados foram: menos empregos e exclusão social. (Para quem não está nos padrões de beleza adotados pela mídia).


Os resultados completos da pesquisa, incluindo gráficos, depoimentos de especialistas da área da saúde e outras reflexões sobre o corpo estão reunidos no livro Corpos estéticos.

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