A CASA DO FUTURO

Mauro Utida

Como você imaginava uma casa do futuro há 20 anos? Um exemplo que eu me espelhava muito era a casa do filme De volta para o futuro II, onde os eletrodomésticos dominavam a residência, com hologramas na mesa de refeição para conferências digitais, uma super-tela na sala para assistir a programação da TV, não muito diferente de onde nos encontramos hoje. Sabia que era um exemplo possível, só duvidava dos carros que voavam. Existiam outros exemplos que mexiam com minha jovem imaginação, como os desenhos da família Jetson e seus arranha-céus futuristas. Quando criança achava que o futuro iria chegar quando os carros estivessem voando. Mas também imaginava um futuro como do filme Mad Max, trágico.
Hoje, acredito que já esteja no futuro. Apesar de muitas coisas que irão surgir, a ciência e a tecnologia já evoluíram monstruosamente, tanto que o desenvolvimento da humanidade acontece cada vez mais num espaço de tempo menor.
Quando garoto, não cheguei a imaginar que o crescimento desordenado da população mais o consumo desenfreado dos recursos naturais de nosso planeta poderiam trazer consequências catastróficas a ponto de eu definitivamente abandonar a idéia de que o futuro está na evolução dos carros, mas sim em nossa sustentabilidade.
Por isso, cheguei à conclusão que as nossas futuras casas serão mais simples do que eu imaginava, sem muito consumo de energia, água e sem poluir o meio ambiente.
Essa casa já começa a ser desenvolvida, como o anúncio imobiliário que vi recentemente numa revista e que promete ser a aposta do mercado: as residências sustentáveis – para quem não conhece, prédios ecológicos. Conhecido no exterior como «green buildings». São empreendimentos que possibilitam uma convivência harmoniosa com o meio ambiente e com a comunidade em torno de sua área.
No eco-prédio, placas são usadas para a captação de energia solar e sensores de presença ajudam a economizar energia em até 30%. A água da chuva é reaproveitada para irrigação dos jardins, pomares e funções menores. Os chuveiros são a gás e o planejamento arquitetônico tenta aproveitar ao máximo a luz solar.
O ex-candidato à presidência dos Estados Unidos, Al Gore, conclui em seu documentário Uma verdade inconveniente, que o mundo tem possibilidades de enfrentar o aquecimento global com o uso das tecnologias renováveis. «Temos tudo que precisamos. A preservação da terra só depende de cada um», conclui o norte-americano.
Só não sei se os maiores interessados nesta questão (nós) estão dispostos a colaborar pois, senão pelo menos um exemplo eu terei acertado sobre a casa do futuro: carros no meio do deserto e guiados por bárbaros, como no filme Mad Max.

(*) Mauro Hissayuki Utida cursa Jornalismo na Universidade Paulista – UNIP de Jundiaí e trabalha como repórter do JV Regional. Se sente bem andando de skate, gosta de praia, música, literatura, fotografia e comunicação.

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