ARQUITETURA SUSTENTÁVEL
Beatriz D'Addio Noffs
Éjos Souza Martins
A Revolução Industrial, que se iniciou no século XVIII, transformou o mundo ocidental de maneira inimaginável, mudando violentamente o modelo sócio-econômico da sociedade. O convívio social e a qualidade de vida deram lugar a um processo produtivo com intermináveis horas de trabalho, habitações precárias e consumo predatório dos recursos naturais.
Diversos movimentos, indignados com este modelo, surgiram ao longo do tempo, reagindo de diferentes formas, buscando, inicialmente, direitos aos trabalhadores.
Porém com o passar do tempo esta busca tornou-se mais ampla. Atualmente, em decorrência da degradação que vemos no meio ambiente, percebeu-se a necessidade de preservá-lo, para garantir a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas necessidades. Isto fez surgir o conceito de Desenvolvimento Sustentável, que nada mais é do que a busca do homem para manter-se integrado ao meio em que está inserido, explorando os recursos naturais, materiais e técnicas disponíveis aliados à sua inteligência e tecnologia, para promover o desenvolvimento sócio-econômico da região.
O desenvolvimento sustentável vem crescendo em diversos setores da sociedade, entre eles, a construção civil, responsável por uma parcela considerável da degradação do meio ambiente. Segundo Thassanee Wanick, presidente do Green Building Council, «a indústria imobiliária é responsável por 5% da emissão mundial de gases causadores do efeito estufa».
Mas já estão sendo tomadas medidas para reverter este quadro, buscando-se um plane-jamento eficiente, através da arquitetura sustentável, que se baseia na aplicação adequada de elementos arquitetônicos e tecnologias construtivas, com o intuito de explorar os efeitos do clima, com uma boa ventilação e isolação dos ambientes, reduzindo-se o consumo e conse-quentemente o gasto com energia e melhorando o conforto dos espaços.
Um exemplo claro de arquitetura sustentável é a Rede Sarah de Hospitais, onde o arquiteto João Figueiras Lima, o Lelê, cria espaços agradáveis, tirando partido da ventilação e iluminação naturais, através de sheds, onde a troca do ar é constante, evitando assim a contaminação do mesmo, além de manter os ambientes constantemente iluminados, promovendo aos pacientes uma sensação de bem-estar e ajudando-os na recuperação dos traumas sofridos. Contribui também para o baixo consumo de energia, uma vez que não há necessidade nem do condicionamento do ar, nem do acionamento de luzes durante o dia¹. Mas em seus projetos, Lelê tira partido de outro conceito – o da construção sustentável – adotando componentes industriali-zados e permitindo uma construção rápida e limpa, sem desperdícios de materiais. Porém é possível empregar a sustentabilidade na construção civil, através dos eco-materiais, que começam a se tornar acessíveis a todos os tipos de consumidores, de diferentes formas: materiais industrializados, resíduos não-reprocessados, materiais de reuso, construções alternativas e construções naturais².
Os materiais industrializados são eco-produtos fabricados em larga escala, com o emprego de tecnologia, obedecendo a normas e legislações e atendendo a demanda do mercado, estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano, caso do tijolo de solo-cimento: produzido a partir da terra crua, sem cozimento, o que proporciona baixo consumo de energia para sua obtenção, além de proporcionar ao ser humano condições ideais de conforto.
A crescente polêmica com a questão do uso racional das águas despertou o interesse da indústria em desenvolver sistemas capazes de reutilizar as águas das chuvas, e até mesmo a água utilizada em nossas residências, através da coleta, filtragem e armazenamento em cisternas, para o uso em lavagem de piso, descargas de bacias sanitárias e regagem de plantas e jardins.
Mas a questão da água vai mais longe. Hoje já existem mini-estações de tratamento de efluentes, com capacidade de tratar, de maneira eficiente, o esgoto doméstico, elevando a taxa de oxigenação da água em até 95%, permitindo sua devolução às bacias dos rios ou seu reuso, uma vez que esta taxa chega a ser superior aos níveis obtidos em estações de tratamento de água. Este tratamento também gera resíduos sólidos que servem de matéria-prima para obtenção de adubo.
Quando empregamos a sustentabilidade na arquitetura e construção, estamos ganhando qualidade no projeto e nos materiais, agindo com responsabilidade, além de formar estratégias para a redução dos impactos ambientais, tendo como benefício o baixo consumo de energia e recursos, a proteção do ecossistema, propor-cionando melhor qualidade de vida a nós e as gerações futuras.
Éjos Souza Martins
A Revolução Industrial, que se iniciou no século XVIII, transformou o mundo ocidental de maneira inimaginável, mudando violentamente o modelo sócio-econômico da sociedade. O convívio social e a qualidade de vida deram lugar a um processo produtivo com intermináveis horas de trabalho, habitações precárias e consumo predatório dos recursos naturais.
Diversos movimentos, indignados com este modelo, surgiram ao longo do tempo, reagindo de diferentes formas, buscando, inicialmente, direitos aos trabalhadores.
Porém com o passar do tempo esta busca tornou-se mais ampla. Atualmente, em decorrência da degradação que vemos no meio ambiente, percebeu-se a necessidade de preservá-lo, para garantir a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas necessidades. Isto fez surgir o conceito de Desenvolvimento Sustentável, que nada mais é do que a busca do homem para manter-se integrado ao meio em que está inserido, explorando os recursos naturais, materiais e técnicas disponíveis aliados à sua inteligência e tecnologia, para promover o desenvolvimento sócio-econômico da região.
O desenvolvimento sustentável vem crescendo em diversos setores da sociedade, entre eles, a construção civil, responsável por uma parcela considerável da degradação do meio ambiente. Segundo Thassanee Wanick, presidente do Green Building Council, «a indústria imobiliária é responsável por 5% da emissão mundial de gases causadores do efeito estufa».
Mas já estão sendo tomadas medidas para reverter este quadro, buscando-se um plane-jamento eficiente, através da arquitetura sustentável, que se baseia na aplicação adequada de elementos arquitetônicos e tecnologias construtivas, com o intuito de explorar os efeitos do clima, com uma boa ventilação e isolação dos ambientes, reduzindo-se o consumo e conse-quentemente o gasto com energia e melhorando o conforto dos espaços.
Um exemplo claro de arquitetura sustentável é a Rede Sarah de Hospitais, onde o arquiteto João Figueiras Lima, o Lelê, cria espaços agradáveis, tirando partido da ventilação e iluminação naturais, através de sheds, onde a troca do ar é constante, evitando assim a contaminação do mesmo, além de manter os ambientes constantemente iluminados, promovendo aos pacientes uma sensação de bem-estar e ajudando-os na recuperação dos traumas sofridos. Contribui também para o baixo consumo de energia, uma vez que não há necessidade nem do condicionamento do ar, nem do acionamento de luzes durante o dia¹. Mas em seus projetos, Lelê tira partido de outro conceito – o da construção sustentável – adotando componentes industriali-zados e permitindo uma construção rápida e limpa, sem desperdícios de materiais. Porém é possível empregar a sustentabilidade na construção civil, através dos eco-materiais, que começam a se tornar acessíveis a todos os tipos de consumidores, de diferentes formas: materiais industrializados, resíduos não-reprocessados, materiais de reuso, construções alternativas e construções naturais².
Os materiais industrializados são eco-produtos fabricados em larga escala, com o emprego de tecnologia, obedecendo a normas e legislações e atendendo a demanda do mercado, estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano, caso do tijolo de solo-cimento: produzido a partir da terra crua, sem cozimento, o que proporciona baixo consumo de energia para sua obtenção, além de proporcionar ao ser humano condições ideais de conforto.
A crescente polêmica com a questão do uso racional das águas despertou o interesse da indústria em desenvolver sistemas capazes de reutilizar as águas das chuvas, e até mesmo a água utilizada em nossas residências, através da coleta, filtragem e armazenamento em cisternas, para o uso em lavagem de piso, descargas de bacias sanitárias e regagem de plantas e jardins.
Mas a questão da água vai mais longe. Hoje já existem mini-estações de tratamento de efluentes, com capacidade de tratar, de maneira eficiente, o esgoto doméstico, elevando a taxa de oxigenação da água em até 95%, permitindo sua devolução às bacias dos rios ou seu reuso, uma vez que esta taxa chega a ser superior aos níveis obtidos em estações de tratamento de água. Este tratamento também gera resíduos sólidos que servem de matéria-prima para obtenção de adubo.
Quando empregamos a sustentabilidade na arquitetura e construção, estamos ganhando qualidade no projeto e nos materiais, agindo com responsabilidade, além de formar estratégias para a redução dos impactos ambientais, tendo como benefício o baixo consumo de energia e recursos, a proteção do ecossistema, propor-cionando melhor qualidade de vida a nós e as gerações futuras.
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