AFINAL, ATÉ ONDE VAI O PROGRESSO?
Fernanda Felicioni
Lembra do desenho do pica-pau? E aquele episódio em que uma árvore estava no meio do caminho impedindo a construção de uma importante estrada? Parece que ainda vejo: o progresso queria derrubá-la e comprou a maior briga com o cabeça-vermelha!
O progresso era isso. Sair derrubando tudo que via pela frente sem se preocupar com a importância que cada árvore ou planta tinha para o meio ambiente e para garantir a sobrevivência do mundo. Só o concreto tinha valor.
Mas o reinado do concreto está com os dias contados. Agora, com a divulgação do relatório sobre o aquecimento global que constatou o superaquecimento do planeta, inteiramente por nossa culpa, o homem está tomando ciência dos problemas ambientais sérios e está havendo um recuo. É, parece que o progresso chegou ao limite.
Vejamos alguns pontos: depois de construir importantes avenidas sobre dezenas de rios da cidade, a Prefeitura de São Paulo estuda devolver os córregos ao meio ambiente com medo do impacto ambiental. O problema é que o estrago foi tão grande, rápido e violento, que não há registro do número de rios que estão esquecidos. Ruas antigas e totalmente concretadas estão sendo revitalizadas com ênfase no projeto paisagístico, destacando o verde, as flores, as árvores. Para quem quiser conferir, há dois bons exemplos. Rua Oscar Freire, nos Jardins, uma região nobre da capital, e a Rua Avanhandava, conhecida pelos tradicionais restaurantes. Nesta última, o passeio público foi substituído por um piso ecológico que permite maior permeabilidade.
O lixo também não foge à regra. Toneladas e toneladas jogadas em aterros saturados estão obrigando o homem a pensar formas de transformar as modernas embalagens de maneira a diminuir o tamanho da pilha de entulho gerada com o aparecimento da nova tecnologia.
Engraçado. Primeiro a propaganda incentiva o uso de embalagens modernas, que protegem o alimento contra possíveis bactérias e outros microorganismos, que conservam o leite por mais tempo. Depois, o governo gasta milhões de reais tentando convencer o consumidor sobre o consumo consciente. Um paradoxo.
O que até então era sinônimo de luxo e praticidade, agora é um atestado de desprezo ao meio ambiente. E se você quer continuar nesse raciocínio, basta pensar por que o país está investindo em tecnologia capaz de transformar o óleo vegetal em biocombustível e na produção de etanol, produtos importantes, capazes de pôr a perder o longo reinado do petróleo no mundo.
Agora é preciso que cada um de nós pensemos sobre este assunto e façamos também a nossa parte. Podemos começar com o respeito a dezenas de pessoas que vivem do material reciclável que nós jogamos no lixo! Essas pessoas são mais do que simplesmente catadores. É preciso baixar a guarda e perceber que são agentes do meio ambiente. Sim, agentes! Se com os catadores e carroceiros que recolhem as embalagens a situação dos aterros já está crítica, o que seria sem eles? É preciso despertar essa consciência também no poder público para que passe a vê-los como aliados nesse processo de limpeza do mundo e não com o desprezo que normalmente se trata os moradores de rua.
Ninguém aqui está querendo generalizar, é claro que existem problemas mais graves pelas ruas, que devem ser tratados com mais cuidado por especialistas. Já imaginou se o poder público desse a oportunidade de organizar esses catadores com treinamento adequado, uniformes, carrinhos a bateria (do tipo que vemos circular com mercadorias nas ruas das grandes metrópoles) e apoio psíquico e social? Teríamos os melhores trabalhadores já contratados pela Prefeitura! Ou você acha que eles enfrentam sol, chuva, ladeiras íngremes com carrinhos abarrotados de papelão, além da falta de educação e respeito dos motoristas por que querem? E ainda pra ganhar pouco mais de quatro ou cinco reais por dia? Fazem isso porque não têm espaço na sociedade para trabalhar em condições mais confortáveis.
Lembra do desenho do pica-pau? E aquele episódio em que uma árvore estava no meio do caminho impedindo a construção de uma importante estrada? Parece que ainda vejo: o progresso queria derrubá-la e comprou a maior briga com o cabeça-vermelha!
O progresso era isso. Sair derrubando tudo que via pela frente sem se preocupar com a importância que cada árvore ou planta tinha para o meio ambiente e para garantir a sobrevivência do mundo. Só o concreto tinha valor.
Mas o reinado do concreto está com os dias contados. Agora, com a divulgação do relatório sobre o aquecimento global que constatou o superaquecimento do planeta, inteiramente por nossa culpa, o homem está tomando ciência dos problemas ambientais sérios e está havendo um recuo. É, parece que o progresso chegou ao limite.
Vejamos alguns pontos: depois de construir importantes avenidas sobre dezenas de rios da cidade, a Prefeitura de São Paulo estuda devolver os córregos ao meio ambiente com medo do impacto ambiental. O problema é que o estrago foi tão grande, rápido e violento, que não há registro do número de rios que estão esquecidos. Ruas antigas e totalmente concretadas estão sendo revitalizadas com ênfase no projeto paisagístico, destacando o verde, as flores, as árvores. Para quem quiser conferir, há dois bons exemplos. Rua Oscar Freire, nos Jardins, uma região nobre da capital, e a Rua Avanhandava, conhecida pelos tradicionais restaurantes. Nesta última, o passeio público foi substituído por um piso ecológico que permite maior permeabilidade.
O lixo também não foge à regra. Toneladas e toneladas jogadas em aterros saturados estão obrigando o homem a pensar formas de transformar as modernas embalagens de maneira a diminuir o tamanho da pilha de entulho gerada com o aparecimento da nova tecnologia.
Engraçado. Primeiro a propaganda incentiva o uso de embalagens modernas, que protegem o alimento contra possíveis bactérias e outros microorganismos, que conservam o leite por mais tempo. Depois, o governo gasta milhões de reais tentando convencer o consumidor sobre o consumo consciente. Um paradoxo.
O que até então era sinônimo de luxo e praticidade, agora é um atestado de desprezo ao meio ambiente. E se você quer continuar nesse raciocínio, basta pensar por que o país está investindo em tecnologia capaz de transformar o óleo vegetal em biocombustível e na produção de etanol, produtos importantes, capazes de pôr a perder o longo reinado do petróleo no mundo.
Agora é preciso que cada um de nós pensemos sobre este assunto e façamos também a nossa parte. Podemos começar com o respeito a dezenas de pessoas que vivem do material reciclável que nós jogamos no lixo! Essas pessoas são mais do que simplesmente catadores. É preciso baixar a guarda e perceber que são agentes do meio ambiente. Sim, agentes! Se com os catadores e carroceiros que recolhem as embalagens a situação dos aterros já está crítica, o que seria sem eles? É preciso despertar essa consciência também no poder público para que passe a vê-los como aliados nesse processo de limpeza do mundo e não com o desprezo que normalmente se trata os moradores de rua.
Ninguém aqui está querendo generalizar, é claro que existem problemas mais graves pelas ruas, que devem ser tratados com mais cuidado por especialistas. Já imaginou se o poder público desse a oportunidade de organizar esses catadores com treinamento adequado, uniformes, carrinhos a bateria (do tipo que vemos circular com mercadorias nas ruas das grandes metrópoles) e apoio psíquico e social? Teríamos os melhores trabalhadores já contratados pela Prefeitura! Ou você acha que eles enfrentam sol, chuva, ladeiras íngremes com carrinhos abarrotados de papelão, além da falta de educação e respeito dos motoristas por que querem? E ainda pra ganhar pouco mais de quatro ou cinco reais por dia? Fazem isso porque não têm espaço na sociedade para trabalhar em condições mais confortáveis.
Comentários