copa do mundo no Brasil, o duelo entre otimistas e pessimistas

>> MÁRIO RISSOLI,
radialista e comentarista esportivo
da TV Educativa de Jundiaí
mariao42@ig.com.br

Quando um otimista olha uma garrafa com metade da sua capacidade ele pensa e diz: ainda bem que está metade cheia.
Já o pessimista quando olha a mesma garrafa pensa e diz: ih... já está metade vazia.
A possibilidade de termos uma Copa do Mundo no Brasil está dividindo imprensa e opinião pública da mesma forma.
Uma parte vibra com a chance de ver os melhores jogadores do mundo desfilando em gramados brasileiros. Não importando o quanto irá custar toda esta estrutura.
A outra parte perde o sono só de pensar em ter o campeonato na nossa terra. Independentemente dos benefícios que um evento deste porte possa trazer para o país.
Razões dos otimistas para querer a Copa: temos estádios de grande porte que com algumas reformas ficarão em condições perfeitas; tudo que for feito em termos de infra-estrutura ficará como legado para o país; o fluxo de turistas que virão para assistir trará divisas importantes para nós. Teremos mais empregos; a cultura do Brasil será divulgada em todo o planeta num período grande de tempo; a segurança deve melhorar, pelo menos durante a realização do evento; até 2014 tem muito tempo para acertarmos tudo o que precisa.
Razões dos pessimistas para descartarem a Copa: nossos estádios são totalmente ultrapassados, verdadeiros empadões, muita massa por fora, mas oco por dentro; nossa infra-estrutura está totalmente podre, onde existe. E tudo por fazer em alguns setores. Por exemplo: rodovias - são um monte de buracos cercados por alguma porção de asfalto. Nas melhores, o pedágio pega pesado. Ferrovias - servem mal e porcamente às regiões metropolitanas e ao transporte de cargas; a segurança está uma calamidade pública. Assaltos, furtos e seqüestros ocorrem a todo momento. E fazer o que foi feito na ECO 92, quando tanques de guerra ficavam com seus canhões virados para os morros do Rio de Janeiro, seria repetir o erro. Ingressos – Segundo pesquisa do IBGE o salário médio do brasileiro é de mais ou menos 900 reais. Quem teria dinheiro para pagar no mínimo 100 dólares por um ingresso? Isso sem contar as despesas de transporte e alimentação para se chegar ao estádio determinado para a partida. Um jogo talvez a gente consiga assistir, mas a Copa do Mundo tem 64 jogos que necessitam de um público razoável para que o evento se torne viável. Conclusão, os brasileiros continuariam assistindo à Copa pela televisão.
Eu pessoalmente gostaria muito, como amante do futebol, que tivéssemos um mundial em nossa terra, porém, se tudo for feito com dinheiro público, não contem com meu apoio. Se a iniciativa privada assumir os custos, tudo bem. Mas como no fim das contas, o governo tem que cobrir o rombo para que o país não fique em situação de não cumprir com a sua palavra, eu me coloco no rol dos pessimistas.
E para encerrar, com a situação caótica em que se encontra a aviação do Brasil, poderíamos ter o primeiro WO da história das copas do mundo. Que vexame, já pensou?
Bom, no aguardo de que o nosso país consiga resolver todos os seus problemas, com ou sem Copa, um abraço e até a próxima vez.

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