
em Livingston, New Jersey, Estados Unidos - usmarabezi@yahoo.com
Caros amigos e leitores da revista griffe, sou jundiaiense da gema (ó terra querida Jundiaí, seus filhos amantes são de ti…) mas há dois meses estou morando em uma pacata, fria e maravilhosa cidade do estado de New Jersey nos Estados Unidos: Livingston. Se tiver planos de viajar por esses lados, saibam que encontrarão um conterrâneo de braços abertos. Bem, mas não estou escrevendo para a griffe para dizer o que acho dos Estados Unidos, e sim, para descrever de perto a reação do povo americano ao acidente ocorrido no dia 11 de outubro de 2006, quando um pequeno avião particular colidiu com um prédio em Manhattan e ceifou duas vidas, a do instrutor de vôo e a do “piloto amador” e jogador de baseball profissional Cory Lidle. E quando digo descrever de perto, posso falar de perto mesmo. Minha cidade Livingston fica a apenas 30 minutos de Nova Iorque. Mas não é só isso. Meu companheiro de trabalho Mr. Andraos mora a apenas alguns metros do prédio atingido. E para dar uma noção bem clara de proximidade, no horário do acidente aéreo, eu estava praticamente sobrevoando Nova Iorque em um vôo da Swiss Airline procedende de Zurique.
Felizmente, esse vôo estava direcionado para o Aeroporto Internacional de Newark in New Jersey e por isso, não sofremos atraso ou estresse. Mas de fato, só fui saber o que tinha acontecido conversando com o motorista da “limo” retornando para casa em Livingston.
Para resumir, o pensamento incial dos “New Yorkers” ao presenciar o acidente, foi o seguinte: “estamos sofrendo um novo ataque terrorista.”.
É o que todos pensaram incialmente, especialmente se considerarmos que o fato aconteceu novamente no dia 11 e o alvo mais uma vez foi um prédio em Manhattan. Felizmente, para o bem dos New Yorkers e de todo o mundo, o incidente não passou de uma infeliz tragédia. Temos que rezar sim pelos dois tripulantes que morreram, mas é preciso rezar também por sabermos que não se trata de mais um inconcebível ataque terrorista. Afinal, quem viaja com certa frequência conhece muito bem os desdobramentos dos ataques terroristas: nos aeroportos, antes de passar no controle de metais, você tem que tirar cinto, sapato, jaqueta, notebook e todos os metais. Não pode mais carregar pasta de dente, desodorante e qualquer tipo de líquido para dentro do avião, com exceção do que você compra no duty free. Além é claro, do tempo gasto com todos esses controles e a triste humilhação de as vezes ser tratado como se fosse um potencial terrorista.
De qualquer forma, prefiro passar por isso e viajar seguro do que não chegar em casa vivo. No contraste do medo dos acidentes aéreos, o povo americano diverte-se muito com os “fantasmas da festa do Halloween”. Eu, tentando incorporar o novo modo de vida e tradições dos americanos, entrei no clima e distribuí balas e chocolates no dia 31 de outubro. As crianças vêm até as casas com as fantasias de Halloween e pronunciam a famosa frase “trick or treating”.
Nesse momento, é bom ter doces para distribuir às crianças, caso contrário, travessuras serão feitas contra você. E apesar de gostar de morar nos Estados Unidos, tenho saudades das coisas boas de Jundiaí, como o chopp do Uhlen Haus, as baladas do Wiener, a insuperável pizza do Beira Rio, os almoços de domingo do Brunholi, a picanha deliciosa do Bom da Picanha e principalmente, do alegre e bonito povo de Jundiaí.
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