se joga

>> MAURO HISSAYUKI UTIDA

Em alguns pontos de Jundiaí é possível observar um enorme colosso de terra que se mantém imponente entre Várzea e Campo Limpo Paulista. A montanha verde se localiza na serra dos Cristais, carinhosamente chamada de “morro do elefante”, pois sua forma é parecida com o grande mamífero.
Esta montanha é composta por uma diversidade de árvores secundárias, com uma fauna e flora ainda resistente ao contato do bicho homem. Contém ainda uma área de manancial importante que infelizmente é desrespeitada pelos madeireiros e os donos locais. Existe apenas a ONG Eco-Mursa que luta solitariamente para preservar o local.
Neste pequeno pedaço que resta da Mata Atlântica, um grupo de amigos utiliza os estreitos e esburacados caminhos para praticar uma das modalidades mais radicais da montain-bike, o downhill. Um esporte que tem apenas um objetivo: se jogar ladeira abaixo com a magrela.
É claro que não dá para andar nas trilhas esburacadas com qualquer bicicleta. Os bikers costumam personalizá-las com amortecedores, pneus largos, quadros pequenos, etc. Tudo para deixá-la ainda mais rápida e segura possível. Os equipamentos também são essenciais, um capote a
60 Km/h não deve ser nada agradável se o condutor não estiver usando um capacete, joelheira com caneleira, cotoveleira, luvas e outros equipamentos que deixam a pessoa com uma verdadeira armadura.
No topo do morro, chamado de “teta” (é só olhar bem para saber o porque do apelido), a vista é uma das mais belas da região. Uma olhada em 360º dá para ter o privilégio de ver a cidade de Jundiaí inteira, a Pedra Grande de Atibaia e o Pico do Jaraguá, só para citar alguns mais conhecidos.

Na descida todo santo ajuda

A tarefa de subir até o pico não é para qualquer um, mas o cansaço compensa pelo visual. A melhor parte é o objetivo que levam muitos adrenados para o mesmo lugar, descer.
A partir da “teta”, existem quatro caminhos possíveis para a descida: Torre, Cipó, a que passa por entre a floresta (sem nome) e o assustador Tudo ou Nada.
A trilha da Torre é a que possibilita o maior número de manobras, por ser a trilha mais larga e com muitas rampas, feitas pela própria natureza.
A descida pela Torre tem um começo com muitas erosões que só equipada com uma boa suspensão pode-se aguentar o tranco. A partir da metade, a trilha fica mais larga e começam a aparecer rampas por todos os lados. É preciso ter muita agilidade e leveza para terminar o percurso utilizando todas as rampas.
A trupe de locais de Campo Limpo Paulista, Jonas, Daniel, Marcio e Fabinho, além do downhill, prefere também praticar a modalidade free-style, que possibilita voar por entre as rampas percorrendo trilha abaixo.
O Tudo ou Nada só desce inteiro quem já tem um básico de agilidade, caso contrário só é possível descer em um dia muito inspirado. Seu lado é inclinado para Jundiaí e no final há uma pequena cachoeira que possibilita uma boa relaxada nas frias águas que nascem ali. Descer ele sem usar o freio é praticamente cometer um suicídio.
O momento de maior delírio é quando se chega inteiro ao final, encontra com o resto da turma e espera chegar os que estavam atrás, ficando na torcida com gritos de apoio. Yeh! é o grito que a maioria dá espontaneamente. Também é fácil dar risadas dos camaradas que não conseguem segurar a bicicleta e acabam rolando na ladeira.
O esporte em montanha se resume em uma palavra: liberdade.
Não é a toa que uma das civilizações mais interessantes que já apareceram neste mundo, os Incas, construíram suas casas no alto dos Andes.
Hoje, as modalidades praticadas em montanhas são as mais espetaculares do esporte, como o snowboard, o alpinismo e a montain-bike.

Comentários

Unknown disse…
ola! estive no morro do elefante em 1986 p ver o cometa halley e nunca mais voltei la... - sabe me dizer se ha alguma trilha que um veiculo 4x4 consiga subir? ou so à pe mesmo...?! - se puder responder no jrbrasil66@hotmail.com agradeço!abç e obrigado! jr

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