A culpa é de quem?

Pela primeira vez, em mais de um ano escrevendo para a revista grife, vou demonstrar minha indignação.
É impressionante como as pessoas, de modo geral, subestimam nossa inteligência. Aquela famosa frase: “Sou brasileiro e não desisto nunca” já era.
Você é brasileiro e não desiste nunca do quê?
Eu imagino que não desistimos de NÃO tentar. Passamos horas do dia discutindo o futuro do país e adivinhem, não mudamos uma vírgula sequer do nosso pensamento. É muito fácil falarmos mal do Lula, do governo do Lula, da esposa do Lula.
Mas então, qual a solução?
“Ah! Sílvia, é o Alckmin. Este sim, tem boas idéias, fala Inglês, fez faculdade de verdade e tem até 10 dedos!”
Quanta hipocrisia!
Entendam que não estou defendendo ninguém, nem mesmo o Lula, mas fica fácil reclamarmos de tudo e não darmos a solução para o problema.
Querem um exemplo de atitude digna de brasileiros cansados de serem passados para trás e com opiniões fortes e coerentes? O Impeachment de Collor. Mas também foi só daquela vez.
FHC ficou no governo por oito longos anos e será que foi tão melhor do que está hoje? Acabo de me lembrar de uma música: “é por debaixo do pano que eu ganho mais...”
Será que o governo atual teve a mesma capacidade de organizar toda essa falcatrua? Acredito que não. Até porque, segundo a imprensa, o governo atual não é competente o bastante. Quem dirá para fazer toda essa gororoba lá em Brasília.
Tenho consciência de que as opiniões são diversas quando se trata desse assunto. Precisamos entender que podemos criticar, faz parte. Porém, precisamos também aprender a mudar, tomarmos atitudes que mostrem nossa força de vontade.
Nos anos 60/70, muitos brasileiros foram exilados e nem por isso deixaram de mostrar a sua cara. Podemos citar Chico Buarque. Longe do Brasil, compunha suas músicas com informações relevantes e passava-as através de cartas ou telefones públicos para o Brasil. Muitos jovens, nesta época, começaram com o teatro e nele expressavam sua rebeldia. Protestavam através da arte.
Agora, voltando para os dias atuais. Vamos imaginar: o quê você tem feito para mudar essa situação? Nada?
Isso me lembra um comentário do psicólogo norte-americano Carl Rogers: “o mundo está como está não porque as pessoas más fazem maldades, é porque as boas não fazem nada”.
E a culpa é de quem?
“Um país só muda quando o seu povo muda”
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